O Odyuzu, composto pelas palavras DYU (somar) e ZU (contas), é um instrumento religioso composto por uma série de contas presas a um cordão, semelhante ao rosário utilizado em várias religiões.
Tradicionalmente um odyuzu deve possuir 108 contas (que representam as 108 paixões ou imperfeições mundanas), mais quatro (de tamanho ou cor diferenciada) que representam os Quatro Bossatsu Primordiais (Jyougyou, Muhengyou, Dyougyou, Anryuugyou) somando um total de 112 contas em seu corpo principal.
Há duas grandes contas (diferenciadas pela cor ou tamanho maior) que ficam logo acima das borlas que representam respectivamente o Buda Shakamuni (Buda Histórico, à esquerda) e o Buda Tahou (Buda dos Muitos Tesouros, também tido como Buda testemunha do Sutra Lótus, à direita).
Existem cinco borlas nas extremidades das duas grandes contas. Das cinco borlas, uma é mais curta que as quatro demais, e possui apenas dez contas que representam os dez mais notáveis discípulos de Buda, e se localiza à esquerda, logo abaixo do mestre Buda Shakyamuni. As duas restantes que possuem cinco contas cada, representam os Bossatsus. O mesmo se aplica à outra extremidade que possui duas franjas.
Há quatro contas (de formato diferenciado) que se localizam nas extremidades das demais quatro borlas, que representam os Quatro Reis Guardiões Celestiais, protetores de cada região do universo (Norte, Sul, Leste e Oeste).
As franjas servem para adornar e para diferenciar dos Odyuzus de outras organizações ligadas ao Grande Mestre Nitiren, que são muito parecidas.
COMO UTILIZAR O ODYUZU
Como o odyuzu é um objeto de extrema importância para nós budistas, devemos tomar cuidado com o seu manuseio.
Antes de sua primeira utilização, deve ser solicitado ao sacerdote para que se realize o Kaiguen, ou seja, consagrá-lo perante ao Altar Sagrado.
Utiliza-se o Odyuzu colocando-se na mão direita o lado que tem as 2 tranças e na esquerda o que tem 3 tranças, mantendo simetria das duas contas maiores com a posição ocupada no Gohonzon pelos Budas Shakyamuni e Buda Tahou. Faz-se as orações juntando-se as palmas das mãos com o Odyuzu, sem necessidade de esfregar as contas.
Segue abaixo outros cuidados:
– Guardá-lo sempre num porta-odyuzu, ou invólucro especial para carregá-lo.
– Nunca guardá-lo em bolsos abaixo da cintura.
– Não colocá-lo diretamente em cima de um assento.
– Utilizá-lo com as mãos limpas.
– Não esquecer de utilizá-lo nas orações.
– Não utilizá-lo como amuleto.
– O Odyuzu danificado, velho ou sem utilização não deve ser jogado no lixo. Entregue ao sacerdote do seu templo, que providenciará seu descarte adequado.
É preciso utilizá-lo sempre com o cuidado e respeito que naturalmente deve-se ter quando se sabe que é uma peça importante para a prática budista e que representa a determinação de todo o devoto budista.
CONTO SOBRE A ORIGEM DO ODYUZU
Na antiga Índia, existiu um rei chamado Haruri. Certa vez ele fez a seguinte pergunta a Buda:
“Em meu pequeno país não chove há muito tempo. Estamos sendo assolados pela seca e fome. Devido a isso as pessoas estão com muita dificuldade em se dedicar à prática budista. Por favor, nos ensine algum tipo de prática que mesmo diante desta difícil situação possa ser realizada”.
Buda respondeu da seguinte forma:
“Grande Rei, se desejar extinguir as paixões mundanas e realizar a prática budista, faça uma enfiada com 108 contas, carregue sempre consigo e a cada oração recitada passe uma conta adiante. Se após fizer isso por 200.000 mil vezes e seu sentimento ainda não se transformar, ao menos receberá um alívio celestial. Se fizer isso 1.000.000 de vezes, após isso terá encontrado um estado em que não mais será atingido pelo sofrimento.”
Na antiguidade, os praticantes do budismo usavam o odyuzu para contar as súplicas que faziam diante de uma imagem. Acreditavam que cada súplica extinguia uma das paixões mundanas que possuíam.
De acordo com essa crença o ser humano se aproximaria do estado de Buda, concretizaria a iluminação de uma forma simples e rápida. Porém, na realidade as paixões mundanas não se acabam dessa forma.
Por outro lado, se usarmos corretamente o odyuzu, unindo as mãos em postura de devoção (Gasshou), sentiremos que essas paixões (108) mundanas estarão espremidas entre os Budas (contas maiores). Cada súplica e oração feita com fervor, fará com que o nosso Buda Primordial interior interfira nas nossas paixões mundanas ocasionando uma transformação aguda em nosso ser. Isto é, tornaremos em indivíduos que não só pensam em si próprio, mas como também que têm capacidade de ter compaixão pelos outros.
Portanto, o importante é buscar essa transformação usando o odyuzu em nossas orações, e nos esforçarmos na prática diária da oração do NAMUMYOUHOURENGUEKYOU, porque, diminuindo as nossas paixões mundanas, diminuirão também todos os nossos sofrimentos.
Bibliografia:
Butsuryu Shinbun/maio/2004.n.533 HBS News n.9.Iwanami Bukkyou Diten.