Depoimento – Jonas Pugina

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Arigatougozaimassu

A expansão do Darma Sagrado está estreitamente ligada ao recebimento de Goryaku (bênção), prova concreta e irrefutável recebida a partir da prática do Mantra Sagrado Namumyouhourenguekyou. Por isso, o ato de compartilhar as histórias de bênçãos que recebemos também é um ato que ajuda a fortalecer a fé de toda a comunidade budista.

Recebemos esta semana o depoimento da bênção recebida (Goryaku-dan) por um fiel do Templo Hompoji, em Londrina. Obrigado, Jonas, por compatilhar sua história conosco!

A todos que, assim como ele, desejarem compartilhar as bênçãos provindas da prática da fé, pedimos que nos envie por email.

Segue abaixo o depoimento do Jonas.

 

 

“Arigatougozaimassu!

Há aproximadamente cinco anos, eu, Jonas Henrique Pugina, e minha esposa, Ana Paula Soares Pugina, somos fiéis do Budismo Primordial e participamos no Tempo Hompoji, em Londrina. Hoje, um ano depois de recebermos um Goryaku, gostaríamos de compartilhar como forma de gratidão ao Gohouzen.

Minha mãe, Neide Azanha Pugina, há muitos anos sofria de dores nas costas. Meus pais moram na zona rural de uma cidade pequena no interior do Paraná, Astorga, e tradicionalmente só vão ao médico em casos extremos. Antes de 2016, segundo minha mãe, a dor era tolerável, mas, a partir daquele ano, ela se acentuou muito. Quando meu pai a levou ao Pronto Socorro, o plantonista que a atendeu orientou-os a procurar um ortopedista.

Por não haver ortopedista em Astorga, minha mãe, depois de um tempo na fila de espera, conseguiu agendar consulta em Arapongas, cidade vizinha, para dali dois meses. Nesse tempo de espera, as dores se agravaram mais e mais e ela já não conseguia dormir, tinha dificuldade para andar, sentia formigamentos nas pernas e não controlava mais a bexiga.

Após a consulta e um exame de Raio-X da coluna, minha mãe foi diagnosticada com Schwannoma (CID D33). A médica explicou se tratar de um tumor sólido e rígido, alojado dentro do canal da coluna, que crescia e comprimia a medula, causando muita dor e podendo vir a seccionar a medula, causando perda de movimentos e sensibilidade. A única solução seria uma cirurgia para retirada do tumor, mas havia possibilidade de minha mãe passar o resto de sua vida em uma cadeira de rodas.

Nossa família ficou aterrorizada com o diagnóstico, mas não havia alternativa, pois a dor era insuportável e o tumor estava rompendo a coluna conforme crescia, podendo gerar hemorragia e infecções… Sem plano de saúde, sem dinheiro e morando no sítio, nem sabíamos por onde começar.

Minha esposa e eu rezávamos todas as noites pedindo a melhora na saúde de minha mãe. Nesse momento, enquanto íamos ao assamairi, o sacerdote Gyouen Campos se dispôs a fazer uma campanha de orações fervorosas todos os dias.

O hospital de Arapongas finalmente agendou a cirurgia para dali 4 meses, e a médica disse que só seria possível a cirurgia por que, no caso da minha mãe, não seria preciso o uso de pinos ou placas metálicas, que o hospital não dispunha por falta de licitações. Nesse período, minha mãe ia ao pronto atendimento todos os dias para tomar morfina pois sentia dores insuportáveis. Ela já não se movimentava e ficava sentada em uma poltrona dias e noites, único lugar em que ela conseguia dormir um pouco pois o tumor enrijeceu sua coluna impedindo-a de ficar ereta. Por conta dessa posição, ela desenvolveu trombose nas pernas,  incharam muito. Nessas idas ao pronto atendimento todas as noites, os médicos diziam que ela não resistiria 4 meses pois o tumor gerava coágulos que migravam pelas veias e poderiam causar entupimento e derrame.

Tirei uma licença médica e, junto com minha esposa, fomos morar no sítio por um tempo, para cuidar de minha mãe e ajudar meu pai que cuidava dela e do sítio sozinho. Levamos o nosso Gohouzen e continuamos a rezar. Confesso que cheguei em um ponto em que não tinha certeza se orava para um milagre ou para que ela parasse de sofrer, mas continuávamos rezando.

Um dia, quando estávamos morando lá, conhecemos uma senhora que ajuda mulheres com câncer em Astorga e ela nos disse que fazia agendamentos de consulta num hospital em Barretos/SP, que era referência no tratamento dessas doenças e que ela tentaria agendar uma consulta para minha mãe para o próximo mês.

Na noite seguinte, minha mãe chegou a seu limite e percebemos que não seria possível esperar nem mais um dia. Então, sem qualquer contato com o hospital de Barretos, meu pai foi com ela no carro para lá, supondo que, quando chegasse e contasse a história, os médicos se sensibilizariam e a atenderiam, pois ela não sobreviveria à volta de carro (quase 1.000 quilômetros).

Quando meus pais chegaram ao hospital e o médico a viu naquela situação (cadeira de rodas, abatida e com pernas e pés inchados), levou-a para consulta imediatamente e, após examiná-la, enviou-a para cirurgia por que, nas palavras dele, ela “não duraria muito”. O médico preveniu meu pai que a cirurgia era de risco mas tinha que ser feita e havia possibilidade de minha mãe perder movimentos e sensibilidades na parte inferior do corpo.

Avisamos o sacerdote Campos sobre a cirurgia e ele e sua esposa, Karen, foram para Astorga, sem nem saber o caminho, e rezamos juntos o Namumyouhourenguekyou enquanto minha mãe estava sendo operada.

 

 

Algumas horas após a cirurgia, os médicos levaram uma espécie de pedal até a cama de minha mãe para ver se ela tinha ficado paralítica. Para nossa surpresa, ela pedalou vigorosamente por mais de 5 minutos. Sua recuperação, prevista para 15 dias, ocorreu em 4 dias, com alta no quinto dia. Quando meus pais chegaram em casa, no sítio, nós os recebemos euforicamente e, olhando o laudo médico, constatamos que foram colocados 10 pinos e duas hastes de metal na coluna de minha mãe. Só sentíamos gratidão. O Gohouzen nos protegeu em todos os momentos, fazendo com que a cirurgia fosse um sucesso e que, inexplicavelmente, a medula de minha mãe fosse poupada.

Minha mãe está muito bem, anda, faz as coisas simples do dia a dia com naturalidade, cuida das galinhas e da horta e alimenta sua criação de tilápias. Às vezes, parece que essas coisas não aconteceram de verdade. Mas, quando lembramos de tudo o que se passou, fortalecemos nossa fé e somos eternamente gratos pela benção que o Gohouzen nos deu.

Arigatougozaimassu!”

 – Jonas Henrique Pugina, Templo Hompoji